quarta-feira, 16 de março de 2011

Memórias
Era apenas mais um dia comum Carolina estava na janela de seu quarto olhando para o céu e vendo os primeiros raios de sol que iluminavam aquele típico dia de outono.
Esta era uma cena comum que se repetia todos os dias, Carolina, olhando para o nada com seus pensamentos perdidos em algum lugar do passado.
Sua mãe, que já havia se acostumado com a cena, nunca se questionou sobre o tal comportamento da filha.
Carolina era uma menina de 14 anos, quieta, que vivia trancada em seu quarto, cercada de livros e sonhos, passava horas no computador, era muito querida e simpática, tinha uma aparência frágil, com seus profundos olhos azuis e seus cabelos louros, era um encanto de menina, porém sempre sozinha.
Todos sempre diziam que Carolina era fria, mimada...
As pessoas julgam e julgam muito. Elas sempre irão dizer que você mudou, ou criticar seu modo de ser, mas jamais se perguntarão o porquê da sua mudança. É tão mais fácil para elas chegarem e tentarem adivinhar o que há dentro de você, dentro do seu coração.
Carolina vive em um mundo onde tudo é perfeito, onde ela está protegida da falsidade, protegida das pessoas. Ela havia cansado de viver neste mundo comum, sem cor, sem alegria, sem vida, sem amor. Foi aí que criou em um canto da sua alma um mundo onde há espaço para todos os seus sonhos. Lá ela se sente protegida.
Ela sempre se escondeu da realidade por medo de sofrer mesmo sabendo que cedo ou tarde esse mundo vai se desmanchar e ela terá de encarar o mundo aqui fora.
O medo sempre á venceu. Era um medo de... Nem ela sabia medo exatamente do que.
As pessoas mal sabiam o quanto aqueles lindos olhos azuis já haviam chorado, o quanto aquele belo e simpático sorriso já havia sido desmanchado, o quanto aquele coração bondoso já fora machucado... É tão fácil julgar.
A Mágoa era predominante dentro daquele pequeno coração.
Após a separação de seus pais Carolina se tornou uma menina afastada de tudo. Após várias decepções com amizades ela deixou de conviver com as pessoas. Após ter seu coração magoado por aquele que ela mais amou ela deixou de acreditar no amor.
Só ela sabe como é estar cercada de pessoas e sentir falta de apenas uma, ela sabe como é acreditar na felicidade e quebrar a cara, ter o coração quebrado virou rotina, parecia que as pessoas gostavam de vê-la sofrer, as pessoas gostavam de iludi-la de abandoná-la. Ela se culpava por isso, mas sabia que não havia muito o que fazer.
Um dia ela escondeu todos os seus sentimentos e guardou-os dentro de uma caixinha e a escondeu em algum lugar do seu coração. Para ninguém achá-los , para ninguém roubá-los nem machucá-la novamente.
Tudo o que fez por pura defesa, por ter medo de sofrer ainda mais.
Cada um sabe da sua dor, e a de Carolina deixou imensas feridas e cicatrizes que jamais sairão de seu coração e de sua memória. Malditas memórias que jamais a deixariam esquecer-se daqueles que passaram por sua vida, elas sempre voltariam para a fazerem lembrar-se daqueles que ela tanto deseja esquecer. As memórias tinham um poder tão grande sobre ela. As vezes sua vontade era de voltar, mas como sabia que isso era impossível ficava ali mesmo onde estava, tentando fazer com que no futuro se recorde de hoje com a mesma alegria que estava recordando do passado agora.
O pior do passado foi quando ela precisou de alguém olhou para o lado e não viu ninguém. Vou quando deixou definitivamente de acreditar em sentimentos.
Sua ultima esperança era Deus, e foi nEle que ela encontrou sua ultima esperança.
Talvez lá no fundo ela ainda acredite que o amor existe.


As pessoas são julgadas, magoadas, ignoradas, esquecidas... Com o tempo você cria um medo tão grande de tudo isso que se isola de tudo e de todos.
Apesar disso devemos saber que um dia aqueles sentimentos que foram escondidos vão acordar e você vai viver tudo novamente, mas a cada vez com menos medo.
Quando você olhar para o lado e não ver ninguém, olhe para cima e você sentirá um Deus que sempre esteve aí só você não viu.
Lembre-se: Mesmo que você caia mil vezes, sempre haverá uma força que irá te fazer levantar nem que seja para cair novamente.  

Camila Bero
Parece ser simples, mas não é. Talvez a vida não seja apenas viver, talvez nossas escolhas formem que somos, ou talvez já esteja escrito. Talvez o amanhã não exista, talvez eu já não esteja aqui... O que passou não volta mais, o agora está passando e o futuro é agora. Complexo, mas é real. Talvez seja perda de tempo tentar entender o tempo e quão rápido ele passa, mas talvez seja necessário para se entender melhor... O tempo, a vida, o amor, a felicidade, sentimentos em geral... São eternas duvidas, em que as respostas estamos tentando loucamente encontrar, talvez no final a gente perceba que as resposta que passamos a vida procurando estavam aqui, dentro de nós. Viva, quem vive não se arrepende, quem espera cansa e quem corre atrás as vezes não encontra.

- Camila B.
Medos tenho muitos, segredos tenho poucos, mas com toda certeza do mundo o que eu mais tenho são dúvidas!

- Camila B.
Sinto saudades. Não, melhor, digamos que eu sinto falta, saudades é uma palavra muito substânciosa. Sinto falta, falta do que ainda não existiu. Mas só de imaginar já me faz falta.
E quando se vive de lembranças se tem a ilusão de, por quase um minuto, não estar só, mas isso passa, a dor volta e você se lembra de que essa sensação são restos do que não ficou, lembranças de um passado bom… Você se lembra que, apesar de tudo, apesar de não sentir tanta falta, só restou você e a solidão. Isso é que dói!

- Camila B.
Eu vejo pessoas mudando e eu não fazendo nada, me sinto impotente diante delas!

- Camila B.